sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O PASSAR DO TEMPO E AS FERIDAS



Este texto foi escrito hoje enquanto eu estava sob forte emoção. kkkkk Foi uma breve constatação que fiz de alguns fatos recentes.
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O tempo passa e as coisas mudam. Muitas, porém, mantêm-se intactas, imóveis, incólumes. Algumas delas são modificadas pelas circunstâncias de fato configuradas ao longo dos dias, dos meses e dos anos. Com o coração, não é diferente. Algumas pessoas fincam uma estaca nele como se tivessem antes marcado território com uma bandeira baseada num buraco tão fundo que, por mais que se tape após retirada a bandeira, ainda assim qualquer um que olhar para o local saberá que ali houve uma demarcação antes como se fosse uma cicatriz grossa no miocárdio.
Se o tempo tem o condão de ser o melhor dos remédios, necessito de uma dose maior desse santo emplasto. Chronos tem sido um amigo e tanto para a cura dessas cicatrizes. Alguns fatos que tomam lugar no presente têm me mostrado que, tal como a demarcação do território que ela fez, tornando esse coração meu um território seu, há tanto tempo atrás, a bandeira foi fincada de forma tal que, para retirá-la já foi difícil; tapar o buraco deixado pelo estandarte tem sido tarefa árdua.
Mais difícil é resistir quando ela tem querido fincar novamente aquela estaca com sua flâmula ao topo mais uma vez nesse território que hoje é livre. Quando o buraco lá está, fincar a bandeira torna-se mais fácil, ainda mais quando o buraco é profundo e, portanto, necessita de mais areia para ser completamente preenchido, e isso leva tempo. Quando o buraco está tapado de forma cediça, tudo fica mais fácil; quando a areia ainda não foi suficiente, nada está terminado.
É desta forma que me sinto: o tempo ainda não foi o suficiente para curar-me dos traumas e problemas do passado em relação a ela. Alguns deles continuam (muito) mal resolvidos. Essa condição de vida não é nada agradável. Na medida em que o tempo passa e as feridas são fechadas, as tentações e vicissitudes da vida têm a tendência de manter-me ferido, para que uma nova mágoa (no sentido de ferimento) se forme ainda mais facilmente ao passo da insistência em que essas duas coisas mantêm-se insistentes em me abalar. A força para vencê-las, porém, vem de dentro. A cura é formada em endogênese (um neologismo chulo que aqui coloco) e será forte na forma em que o território do coração é fértil. Tudo dará certo, e a vitória virá.

Daniel Augusto de Alcaniz Santos

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