terça-feira, 7 de janeiro de 2020

A FLOR E EU

A FLOR E EU

Uma vez, ao passar por um parque,
Vi uma flor, uma Flor de Cerejeira,
A mais bela e delicada naquela formosa árvore.
Eu a observei e a admirei por horas e dias
Sem poder tocá-la. "Brutas e desastradas são as minhas mãos.
Não posso colher tão bela e delicada flor sem que lhe cause dor ou sofrimento."
Pensava eu ao visitar o parque diariamente.
Até que um dia a Flor não mais estava na árvore.
Um forasteiro, dono de hábeis e leves mãos, levava a Flor entre os seus dedos.
Havia sido colhida, enfim.
Não havia mais graça na cerejeira, e mortas eram as suas flores.
Já não podia mais admirar a Flor, pois tem dono.
Voltei para casa somente com as lágrimas e as dores.

Daniel Alcaniz
31/12/2019

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O ADEUS ÀS FLORES

O ADEUS ÀS FLORES

Dei adeus às flores.
Aquela flor de cerejeita que me encanta
Não desabrochará neste jardim.
Já não há mais sementes no meu bolso.
Findou-se, portanto, minha carreira, assim.

Eis-me aqui a olhar aquela flor,
A flor que não se abrirá.
Passam-se minutos, dias, horas,
Incontáveis auroras, e espero no meu canto,
Regando-a com o meu pranto,
Pelo dia que não virá.

Quem dera, ó quem dera,
Fosse eu o jardineiro que lhe trouxesse a primavera,
Mas é do salobra a água que a rega,
Vem do mar onde meu olhar navega.
Tal água não a pode nutrir.
Vê-la desabrochar jamais passou de uma quimera

Daniel Alcaniz
20/09/2019

domingo, 10 de fevereiro de 2019

FOI NUM SONHO

Tive um sonho esta noite. Foi estranho, e resolvi colocar em versos. Espero que gostem.

FOI NUM SONHO

Foi num campo,
Foi num campo,
Ceu azul e as árvores de testemunha.
Contigo, não via passar o tempo,
E a minha mão sobre a sua se dispunha.

Foi num campo,
Foi num campo,
Que, em felicidade, contigo andei.
Por aqueles campos verdejantes,
Onde te abracei e te beijei.

Ali mesmo, em meio às flores,
À sombra de uma cerejeira nos sentamos.
Deitou a sua cabeça em meu peito,abrigando-se em mim,
Sem saber que mutuamente nos abrigamos.

E, enquanto vestia a coroa de flores que a fiz,
Olhava ela para mim.
Sorria doce com um sorriso belo,
Corando-se, ruborizada, a sua alva tez.
Nossos olhos se encontraram, aproximaram-se.
Com nossos lábios, nos tocamos,
Em frenesi de enamorados.

Mas, subitamente, fui tomado dali.
E, contigo, não mais me vi.
Transtornado, envolto das brancas paredes da minha alcova me encontrei.
Foi tudo um sonho, foi tudo um sonho.
Acordei, acordei.

Daniel Alcaniz
nove de fevereiro de 2019

domingo, 31 de dezembro de 2017

NO TEU SORRISO

Este é o meu primeiro e último escrito de 2017. Espero que gostem :D

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NO TEU SORRISO

Olhei-te o rosto
Vi, nele, um sonho de amor.
Nos teus olhos, doçura sem medida;
No teu sorriso, plena alegria,
Como se fosse este vil mundo indolor.

Fartura de bondade há no teu sorriso.
Nele, há a mais pura amabilidade.
É lugar de alento, razão do meu estro.
Cura para, da minha alma, o esmorecimento.

Foi Deus quem desenhou o teu sorriso.
Com o divino lápis que usou, criou,
Em divina aquarela, no sorriso teu,
A constelação mais bela.

Quero poder ver diariamente o teu sorriso.
Ao acordar, quero que seja, dos dias meus, a visão primeira
Pois é na geografia do teu sorriso,
Teu cândido sorriso, onde acho a alegria Primeira.


DANIEL AUGUSTO DE ALCANIZ SANTOS

31/12/2017

domingo, 24 de janeiro de 2016

DOXOLOGIA À TRINDADE

Retornando às escritas de leve. Hoje, uma musiquinha de louvor a Deus que fiz dia 17/01/2016.

Ao Deus Pai, toda a Glória
E louvor pela Criação.
Louvado Seja, e bendito,
Pela Graça e a Salvação!

Jeová, Todo Poderoso,
Criador dos céus e da Terra,
Eternamente exaltado seja
O Teu nome entre as nações

Ao Deus Filho, todo o poder
E Glória pela Salvação.
Bendito seja o Cordeiro
Que se fez carne e viveu entre nós!

Jesus Cristo, Filho de Davi,
Que levou, sobre Si, nossos pecados,
Seja Teu nome engrandecido,
Santo, Santo, Grande Deus, Tu és.

Ao Divino Paracleto,
Graças pela vivificação.
Graças dou pela fé
Que deste ao meu pobre coração.

Senhor, Vivificador,
Procedente do Pai e do Filho,
Ó Real Consolador,
Peço a Ti um santo viver

Para a eternidade em Vós permanecer!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

A solidão e tribulações afins: uma reflexão


Hoje é o dia de escrever de uma forma diferente. Faz tempo que eu não exercito isso aqui. Talvez seja a falta de vontade... sei lá.Com certeza é a falta de vontade, na verdade. Eu não tenho motivos para escrever mais. Eu escrevi coisas românticas no meu tempo, o que é bem bacana, desde que você tenha alguém para amar. Eu não tenho.
Faz alguns meses, na verdade, desde que eu senti alguma coisa. Acho que isso não faz mais parte da minha vida. Nem pensar nisso mais, eu penso. Sabe aquelas fantasias que tínhamos sobre a vida futura e como poderíamos ser eu e ela juntos com nossos filhos e coisas do tipo? Isso acabou.
O grande fato que explica essas coisas que eu tenho brevemente dito é um só: Deus não quer que eu me envolva com alguém. Pelo menos até hoje ele não quis. Não importa o que aconteça, eu sempre volto para o mesmo ponto 0,0: a solidão. Já me acostumei com isso. Solidão é uma forma de viver. Solidão é sina.
Não sei se será algo perene na minha vida. A realidade, infelizmente, tem apontado para concretude iminente desse futuro, mas o futuro, disse um homem sábio, no livro da humanidade (e das nossas vidas particulares), é composto de páginas em branco. Cabe a nós escrevê-lo.
Eu costumo fazer um adendo a essa frase: com a direção de Deus. Entreguei meus caminhos a Ele, e, até agora, a vida tem avançado através caminhos sólidos e para destinos de base sólida. É interessante como, em momentos nos quais eu tentei desviar-me dos caminhos do Senhor, Ele me colocou imediatamente de volta na estrada. Agradeço a Vós, Senhor Deus Trino, por isso. Lembro-me da passagem bíblica que nos ensina acerca da porta estreita e do caminho igualmente estreito que a sucede. Ele me amou primeiro, chamou-me para seguir Seus caminhos, e atendi ao chamado. O caminho não é só estreito. É espinhoso.
É interessante como, no meio dessas reflexões, eu sempre consiga achar conforto no Meu Senhor. Apesar de ser espinhoso, o caminho é pavimentado por Deus, de acordo com o plano que Ele tem para cada um dos seus filhos. Tenho uma tendência gigantesca a confiar no meu próprio entendimento. Esqueço-me - e isso vem do profundo da arrogância humana - de que, sendo criatura humana e, portanto, imperfeita, pecaminosa, não sou dotado de onisciência. Isso somente a Deus pertence. Nenhuma criatura, anjo ou humano, tem direito a usurpar esse mais que excelente atributo divino. O nosso caráter intimamente materialista, reflexo da nossa natureza pecaminosa, é manifestado principalmente nas ocasiões em que deixamos de confiar em Deus, ao passarmos a confiar sinceramente que, sozinhos, ainda que conscientes das limitações intrínsecas ao nosso ser humano, podemos tomar as rédeas da nossa vida e conduzi-la da melhor maneira possível. Isso é ilusório. É delírio de nossa mente.
Quisera eu que o que acabo de dizer fosse uma mera digressão. É, na verdade, uma conclusão a qual chego involuntariamente 100% das vezes em que me ponho a pensar sobre o que Deus quer para a minha vida. É inevitável. Assim como a Graça Divina é irresistível, é, também, irresistível para um dos filhos Seus reconhecer a soberania de Deus sobre os aspectos centrais da sua vida, desde a fé, até o ofício ou profissão a seguir. A grande verdade na qual chego todas as vezes em que me ponho a reclamar da solidão, assim como de outras dificuldades que surgem nessa nossa vida terrena, é a de que o próprio Deus, ao nos chamar para Si, para entrar na porta que, de tão estreita, poucos conseguem entrar, nos coloca no caminho que apenas esses poucos poderão aguentar. Porque poucos são os escolhidos.
É o melhor caminho, esse que Deus me colocou, ainda que aparente não ser. Afinal, “[...] nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Romanos 5:3-5). A experiência das tribulações é o que capacita um filho do Santo Deus para que aproveite o final desse caminho. Não é possível apreciar o que é bom e doce sem, antes, ter experimentado o que é mau, azedo e amargo. A solidão e outras coisas ruins são um passo para a plenitude das bênçãos do Senhor. Uma vez ultrapassadas - e eu sei que serão -, darão lugar ao regozijo perene. Louvado Seja Deus. Deus é bom.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

EU, POETA

Então, pessoas... estou aqui de novo, o que é bastante incomum, pois raramente tenho escrito, mas meio que tive um golpe de inspiração nos últimos dias, o que é bom, já que eu pensava ter perdido completamente a vontade de escrever. Enfim... mais um, desta vez falando um pouco o que é escrever, sei lá... espero que gostem.

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EU, POETA

Dá-me a luz no entendimento
Para transcrever os sentimentos
De uma vida corrida.
Senhoras e senhores, cantar-vos-ei os amores,
E as perturbações desta lida.
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Na alcova, enclausurado,
Papel e tinta como companheiros,
A registrar coisas presentes,
Ou amores do passado..
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Ó companheiros desta sina,
De nosso ente inseparável.
Poetizemos, agora, pois,
O que deu-nos, Deus, por fado!
-
Cantemos à moça bela,
Que desfila pela viela,
As trovas ao luar
Geradas por nossas rimas,
Redondilhas pequeninas,
Ou ao nosso livre-versar!
-
Traduzirei os sentimentos;
Da vida, os lamentos,
Ou, em Ode, as alegrias,
Do viver, que é tão singelo,
Com velha tinta e papel,
Os registros do que anelo!
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Dá-me, portanto, a luz
Para escrever as coisas belas.
Em pranto ou alegria, vou vivendo o meu fado,
Ao viver, com a poesia, em harmonia.

DANIEL DE ALCANIZ

16 de dezembro de 2014