sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O ADEUS ÀS FLORES

O ADEUS ÀS FLORES

Dei adeus às flores.
Aquela flor de cerejeita que me encanta
Não desabrochará neste jardim.
Já não há mais sementes no meu bolso.
Findou-se, portanto, minha carreira, assim.

Eis-me aqui a olhar aquela flor,
A flor que não se abrirá.
Passam-se minutos, dias, horas,
Incontáveis auroras, e espero no meu canto,
Regando-a com o meu pranto,
Pelo dia que não virá.

Quem dera, ó quem dera,
Fosse eu o jardineiro que lhe trouxesse a primavera,
Mas é do salobra a água que a rega,
Vem do mar onde meu olhar navega.
Tal água não a pode nutrir.
Vê-la desabrochar jamais passou de uma quimera

Daniel Alcaniz
20/09/2019

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