sábado, 15 de dezembro de 2012

ABRIL


Habito o sol dentro de ti.
Descubro a terra, aprendo o mar.
Por tuas mãos, naus antigas, chego ao longe,
Que era sempre tão longe, aqui tão perto.
Tu és meu vinho, Tu és meu pão.
Guitarra e fruto, meu navio,
Este navio onde embarquei
Para encontrar, dentro de ti, o país de Abril.
E eu procurava-te nas pontes da tristeza,
Cantava. Adivinhando-te, cantava
Quando o país de Abril se vestia de ti,
E eu perguntava quem eras.
Meu amor, por ti cantei, e tu me deste
um chão tão puro, algarves de ternura.
Por ti cantei, à beira-povo, à beira-terra,
e achei, achando-te, o país de Abril,
e achei, achando-te, o país de Abril.
Manuel Alegre

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