POEMA DE ESCÁRNIO
Prendeu, machucou, maltratou, marcou.
Fez o que quis. Depois, me diz que tudo acabou.
Amor? Disseste-me que era coisa para tolos.
Enfim, queres ser livre.
Pega a tua liberdade e parta para longe de mim,
Para que eu nunca mais veja o teu rosto sujo,
Para que eu não tenha que sentir mais a tua presença medíocre.
Faça bom proveito da tua alforria que tanto almejavas,
Abre as tuas asas e voe para as terras distantes
Que, outrora, sonhávamos (sonhei) que poderíamos morar.
Fuja para além das montanhas, mas os verdes campos
Não poderás visitar.
Toma bastante cuidado, porém, com o que encontrares pelo caminho:
Folhas, flores, espinhos... toma cuidado.
Pois estarás só e, dentro de tua liberdade, já não cabe mais a mim proteger-te.
Não voltes, porém, se algo te acontecer no meio do caminho
Pois, de mim, só acharás, da boca minha, o silêncio;
No semblante, minha sarcástica felicidade ao ver o teu fracasso;
No olhar, todo o meu escárnio.
Daniel de Alcaniz
Eu adoro essa!
ResponderExcluirFui a primeira a ver hehehee
Você não vai conseguir manter a promessa!
Escrever é um dom,mas tbm um carma que levamos p vida toda!
xero